08 maio 2007

"Penso, pois, que a análise sofre do mal hereditário... da virtude; ela é obra de um homem demasiadamente respeitável, que se supõe, portanto, preso à discrição. Ora, essas coisas psicanalíticas só são compreensíveis quando são relativamente completas e pormenorizadas, do mesmo modo que a própria análise só avança quando o paciente desce das abstrações substitutivas até os pequenos detalhes. Daí decorre que a discrição é incompatível com a boa exposição de uma análise; é preciso ser inescrupuloso, expor-se, entregar-se como pasto, trair-se, portar-se como um artista que compra tintas com o dinheiro das despesas da casa e queima seus móveis para aquecer o modelo. Sem algum desses atos criminosos, não se pode realizar nada corretamente."

Sigmund Freud, carta de 5 de Junho de 1910 ao pastor Pfister.

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